3 de jan. de 2014

Mitos e Fatos sobre QoS na Internet


Técnicas de QoS realmente surtem efeito? QoS pode quebrar a Neutralidade da Rede Mundial ?

Tenho ouvido muitas críticas ao uso de Técnicas de QoS, tanto em LANs quanto WANs, desde que anunciei um curso específico sobre Qualidade de Serviço para janeiro.

Por um lado, há os que não acreditam que o uso de QoS traga algum beneficio para uma rede já saturada, visto que muitos só começam a se preocupar com a Qualidade de Serviço das Aplicações que rodam em suas Redes quando as mesmas começam a dar sinais de que Largura de Banda já não é mais suficiente para atender a demanda.

Partindo deste principio os incrédulos até tem certa razão: o QoS não poderá realizar o milagre da multiplicação do Link, mas o problema reside no fato de que o QoS deveria ter sido pensado ANTES da saturação ocorrer. Dizer que o QoS é inútil nestes casos é, ao meu ver, o mesmo que afirmar que o protetor solar é inútil para curar um câncer de pele.

Há basicamente 3 modelos de Qualidade de Serviço a serem aplicados:

Best Effort ou Melhor Esforço - na verdade, trata-se da ausência de QoS - usa o método de enfileiramento FIFO - O primeiro pacote que entra é o primeiro pacote que sai. É o mais democrático método de transmissão e é usado como padrão na Internet durante décadas.

IntServ ou Serviços Diferenciados - se baseia na reserva de banda para certos fluxos de dados e no controle de admissão de novos fluxos,a fim de evitar a super-utilização da banda disponível. Este modelo é muito difícil de se implantar na Internet pois a mesma é uma coletânea de Sistemas Autônomos e, para garantir uma reserva de banda fim-a-fim, seriam necessários muitos acordos entre os ASNs de Trânsito.

Intserv entretanto, mostra-se muito útil dentro de uma nuvem proprietária,como são os serviços baseados em MPLS das grandes operadoras, onde pode-se arquitetar toda uma Engenharia de Tráfego valendo-se de reserva de banda para determinados fluxos.

Finalmente,o modelo de QoS mais amplamente difundido é o DiffServ ou de Serviços Diferenciados, onde não há uma garantia explicita de banda para determinados serviços mas é possível priorizar a passagem de determinados tráfegos, como voz e vídeo, em detrimento de outros que não são suscetíveis a atraso, como é o caso da maioria dos serviços tradicionais de dados.

Aliado priorização de pacotes, outras técnicas são combinadas para melhorar a performance dos Serviços da Rede, tais como:

Compressão do cabeçalho e/ou do Payload dos pacotes
Fragmentação e Intercalação. Ex.: PPP Multilink
Ajustes nos Controles de Congestionamento do TCP.

As Técnicas de Priorização de Tráfego evoluíram muito ao longo dos anos. Antes, segregava-se o tráfego apenas baseado no tipo de tráfego (voz, video ou dados) e em informações de camada 2,3 ou 4. Atualmente, filtros inteligentes podem inspecionar até a Camada 7 (Aplicação) e tomar decisões mais precisas.

Isto vem chamando a atenção de muitos como uma ameaça para a Neutralidade da Internet. Imagine se os Provedores de Acesso comecem a privilegiar o tráfego proveniente ou em direção aos seus parceiros. Embora tecnicamente possível hoje, isto poderia tolher a liberdade de escolha do usuário, que paga pelo uso da Banda independente dos serviços que utiliza.

Tais filtros foram criados para serem aplicados num mundo LAN onde as empresas tem autonomia para decidir como os seus funcionários devem usar a largura de banda do mundo corporativo,afinal de contas, são elas que pagam a conta!

Este tipo de segregação do tráfego na WAN tem sido tema de debates calorosos, e foi abordado neste videoque publicamos aqui no Netfinders há algum tempo atrás:

http://www.netfindersbrasil.blogspot.com.br/2013/12/qualidade-de-servico-para-lans-e-wans.html

Participe do curso online "Qualidade de Serviço para LANs e WANs" e saiba mais sobre o assunto:


http://www.netfindersbrasil.blogspot.com.br/2013/12/qualidade-de-servico-para-lans-e-wans.html


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